Lições do Ano de Saturno

2017 foi um ano que vi muitas máscaras caindo. Não que eu fosse ingênua e acreditasse na pureza das almas benditas, mas o ano de Saturno veio para colocar as mentiras abaixo mesmo. E começo esse 2018 com uma leveza. Uma paz por ver claramente a senda que venho trilhando.


E o Senhor do Tempo vem exatamente com essa função, realizar a limpeza em nossa vida. E com sua foice ceifar os véus da ilusão que nos encobriam os olhos. 

Por muitos anos eu busquei alguém que validasse o meu caminho espiritual. O selo de boa bruxa. A coroa de sacerdócio. Procurei pessoas para que me desse esse alvará. E, claro, eu me decepcionei.

Só quando passei pela Noite Escura da Alma e senti todas as minhas crenças abaladas, que realmente consegui enxergar a sacerdotisa em mim. E foi logo depois do meu retorno de Saturno no ano pessoal.

Não foi fácil, mas hoje entendo que foi necessário. Perdi todas as bases que tinha de crenças pessoais para refazer tijolo a tijolo tudo que eu acredito e que é essencial para mim.

E hoje vejo que a validação como wiccan não é essencial. Nunca foi. E não sei por que perdi tanto tempo buscando isso. Não estou aqui para criar intrigas, o meu caminho é a paz. Mas existe um fato que precisa ser dito.

Existem em várias partes do mundo pessoas que tentam regrar a Wicca. Tomar posse, como se ela fosse exclusiva de um grupo. A religião cresceu sozinha e há muitos anos não é seletiva de apenas alguns privilegiados.

Honro os Elders e honro todas as pessoas que ajudaram para que eu pudesse ter acesso ao material sobre Paganismo. Mas nada justifica declarar propriedade sobre um caminho espiritual.

Já ouvi críticas por assumir o sacerdócio pagão e wiccano? Com certeza. E exatamente essas críticas que fizeram muitas pessoas saírem do caminho, achando que uma espiritualidade, que era para ser de rompimento com os grilhões, estava sufocando suas práticas.

A Wicca é livre. Somos apenas instrumentos e devemos sempre lembrar que o conhecimento nunca foi nosso, apenas servimos de canal para que ele pudesse tocar o coração de mais e mais crianças da Grande Mãe.

A Deusa é a Senhora Selvagem. Ela não cabe em um livro. Não cabe em um Coven. Não cabe em uma Tradição. Ela é a expressão máxima da liberdade e da aceitação. E seu caminho não cabe em pessoas.