E quem motiva os sacerdotes?

Um novo amigo, que nada tem a ver com o mundo pagão, me disse algo que fez todo o sentido: E quem motiva os líderes? 

Todo sacerdote é um líder. Mesmo se decidir ser sacerdote apenas para si mesmo, ainda assim ele lidera sua própria vida espiritual. E essa liderança pesa ainda mais quando decidimos voltar nosso trabalho para a comunidade.

Somos responsáveis por montar os ritos, decidir como vamos guiar cada encontro, decidir quando o aprendiz está pronto para o próximo exercício, quando o dedicante está pronto para se iniciar etc. Estar a frente de um grupo requer muito controle emocional e muita fé. Sim, porque sem esse amor forte pelos Deuses não conseguiríamos levar esse trabalho, esse "sacro ofício", a diante.

Mas e quem motiva os sacerdotes? 

Já passei por algumas crises de fé e, sendo solitária, nunca tive um mentor para segurar na minha mão e dizer que tudo iria passar. Tive que passar por esses períodos de sombra sozinha e sair deles sozinha também. O que é muito desgastante. Claro que temos os nossos Deuses para alimentar nossa vontade de continuar no caminho, mas um dos sintomas da crise de fé é justamente se sentir afastado deles.

Hoje em dia sei que posso contar com meus amigos do Grupo de Estudos, que posso, sim, mostrar minha fragilidade e isso não vai me tornar menos sacerdotisa. Todos nós passamos por momentos difíceis e precisamos contar com o apoio de quem vai entender aquele nosso momento.

O grande desafio de quem guia algo, seja um projeto, seja uma sala de aula, seja um grupo de estudos, o grande desafio é não se deixar desanimar especialmente perante resultados negativos. Então, se você está se sentindo afastado do seu caminho espiritual, procure um amigo,procure um líder espiritual, você pode também me mandar um e-mail (briadinnislys@hotmail.com), mas não se deixe desviar do caminho.

Tive que passar por muitas idas e voltas até perceber que nada faz sentido sem a Deusa e é na Wicca que encontro aquela fé que aquece meu coração. Sair do caminho da Deusa é simplesmente negar uma parte essencial de mim, é retirar o meu coração. 

Sejamos fortes, sejamos corajosos para seguir nesse sacro ofício de honrar aos Deuses, de servir à Deusa e ser sua voz para todos aqueles que querem ouvi-la.


Bênçãos Brilhantes!

Carga do Deus Negro

Ouça as palavras do Deus Negro, aquele que foi antigamente chamado de Iakchos, Donn, Anubis, Hades, Setesh, Hoder e por muitos outros nomes:

Eu sou a sombra no dia iluminado; Eu sou a lembrança da morte no auge da vida. Eu sou o véu sem fim da noite onde a Deusa Estrela dança, eu sou a Morte que deve acontecer porque eis que a vida deve continuar. A vida é imortal pelo fato de que os vivos devem partir.

Eu sou a força que protege, que limita. Eu sou o poder que enfraquece. Não, e não! Sem mais delongas! E tudo já é o suficiente. Eu sou as coisas das quais não se pode falar, e eu sou as risadas nas fronteiras da morte.

Venha juntamente a mim para dentro da quente e acolhedora escuridão; sinta meu carinho em suas mãos, em sua boca, no corpo de quem ama e seja transformado.

Se juntem nas noites sem luar e conversem nas linguas desconhecidas! Cantem, gritem e chorem, e o poder então será entregue para seu domínio.

Me sopre um beijo quando o céu estiver escuro, e eu sorrirei, mas nenhum beijo retornará, pois meu beijo é o beijo final de toda carne mortal!

(Tradução por Owen Addalberon)


Bênçãos Brilhantes

Carga do Deus

Ouça as palavras do Velho Cornífero que é sempre jovem…

Eu sou aquele que abre as portas da vida e da morte, os portais da aurora e os portais da noite.
Eu sou Kernunnos e Silvanus e Pan e a música da minha flauta está no ar, nas verdes florestas e nas colinas de verão.

Minha voz está no vento da meia-noite e embaixo das estrelas ela pronuncia as palavras de magia em línguas ancestrais, esquecidas ou desconhecidas.

Eu inspiro o pânico, o medo e o desejo passional. E apesar de eu mostrar a face de um crânio, não haveria a manifestação da vida sem mim, pois sem morte não pode haver renascimento.

A vida deve sempre subir em espirais, não pode parar. Nós não podemos conhecer a luz sem as sombras, nem as sombras sem a vida.

Portanto, não me tema, sob nenhum aspecto que você me veja: a força e poder da masculinidade ou aquele que traz paz na morte.

Eu sou Lúcifer, o que traz a luz, e Amoun, o Escondido, que usava os chifres espirais do carneiro na antiga Khem. Eu sou o Deus de pés de bode dos bosques iluminados pelo som da Tessália, a presença que era sentida na escuridão das cavernas sagradas e na pedra fixa sobre a urze.

Eu sou o poder arrebatador da Vida e aquele que traz a luz: mas sem Amor eu não posso criar nada que perdure. Então eu preciso da Deusa, assim como ela precisa de mim, e no Grande Casamento Sagrado, o Êxtase Cósmico, nós somos um.

Então, cultue a minha selvageria, conheça-me e regozije-se comigo, irmãos e irmãs da Arte Mágica, bruxas e bruxos, pagãos e bárbaros. Pois eu trago o poder e a liberação, liberdade de espírito que é verdadeira e eterna, que ninguém pode negar a você eternamente.



Bênçãos Brilhantes