Pilares da magia: Saber, Querer, Ousar, Calar

Com certeza alguma vez durante seus estudos você já se deparou com a pirâmide das bruxas, ou pilares da magia, que são: Saber, Querer, Ousar e Calar. Mas você já se perguntou o que cada um deles significa em seu nível mais profundo?

Você pode ter dúvidas sobre: Por que deve Calar depois de fazer a sua magia? Por que deve Saber se sua intuição já guia você? Ou ainda não entender bem a diferença entre Ousar e Querer. Continue com a gente e entenda melhor esses termos.


O que é Saber?

Saber é o princípio ligado ao elemento Ar. Ele diz que antes de você realizar uma prática mágica você deve ter consciência sobre o que está fazendo. Deve conhecer quais ervas, cores, incensos, dias e horários são os melhores para aquela magia. Ou seja, você deve saber o que está fazendo.

O que é Querer?

Quando falamos em querer na magia, associamos ao elementos Fogo e é o impulso para sua prática. Para sua magia funcionar, você deve sentir com toda a alma que precisa daquilo. Não adianta conhecer as correspondências e não ter vontade de utilizar. Ou seja, você deve querer realizar sua prática. 

O que é Ousar?

Não basta apenas desejar que algo seja feito, você precisa ter coragem de fazer. Esse pilar está ligado ao elemento Água, exatamente porque a correnteza segue seu fluxo, contornando tudo que está a frente. Para realizar sua magia você precisa tomar uma atitude. Ou seja, pesquisar sobre, reunir os materiais e ousar colocar em prática.

O que é Calar?

O calar está ligado ao elemento Terra. Exatamente por esse ser o elemento da paciência, estabilidade e autocontrole. Você deve manter o seu feitiço apenas para você, ou para alguns amigos muito íntimos, ao invés de falar sobre ele para todos que conhecer. Ou seja, deve manter em sigilo e calar sobre sua vida mágica. 

Por que calar?

Conhecer os quatro pilares é necessário para que sua magia tenha um melhor efeito. Mas só conhecer não basta, você deve entender para realmente dar certo.

  • Podemos dizer que Saber é necessário para não fazer as famosas "cagadas mágicas" e acabar atraindo o que você não gostaria. 

  • Querer é importante porque realizar uma magia sem vontade não tem poder nenhum, pois você não está colocando sua energia e força naquela prática. 

  • Já Ousar é preciso porque, se você não colocar em prática o que aprende, nunca vai ser um bruxo ou bruxa e sim um estudante de ocultismo.

E o calar?

Resolvi dar destaque para esse último porque foi motivo de dúvida para mim durante muito tempo. Eu queria compartilhar minhas magias com meus amigo. Dizer o que fiz, como fiz o que usei. Mas esse pilar sempre me vinha a mente. 

  • Calar é necessário porque você precisa manter a energia gerada. Durante o seu feitiço, você mandou uma intenção para o Universo. Aquela força está livre para ser concretizada, mas toda vez que você fala sobre o seu desejo, um pouco da força se desfaz. 

E você pode comprovar isso pensando em quantas vezes guardou alguma mágoa e aquela energia densa foi te machucando dia após dia. Isso aconteceu porque você acumulou uma determinada força dentro de si.

Quando você cala sobre a magia, aquele poder fica com você e te dá ânimo para fazer sua parte. E isso também é explicado pela ciência. Quando você fala para alguém sobre algo que quer, seu cérebro entender que aquilo já está sendo realizado e você tende a não fazer. Confira:


Então agora que você tirou suas dúvidas sobre todos os Pilares da Magia, não deixe de conferir nossa categoria BOS e conhecer um pouco mais sobre o que está no Livro das Sombras de uma sacerdotisa. 


Eu fui - Dia Mundial da Deusa

Esse evento aconteceu em Setembro e estou há semanas para escrever sobre ele. Juntamente a dois amigos pagãos, organizei o primeiro Dia Mundial da Deusa para São Gonçalo e Niterói, no Rio de Janeiro. O evento é uma idealização de Claudiney Prieto e ocorre anualmente em diversos cantos do mundo.


O Projeto

O site oficial oferece uma descrição sobre o projeto, que segue na íntegra:


"O PROJETO DIA MUNDIAL DA DEUSA surgiu em 2014 para unir ao redor de todo o mundo os cultuadores do Sagrado Feminino em suas muitas expressões e manifestações e reuniu mais de 50 eventos ao redor do mundo. Em 2015 e 2016 mais de 80 eventos foram realizados. Neste ano, a celebração do Dia Mundial da Deusa será ainda maior.
O intuito do Projeto é conceder à Grande Mãe do mundo um dia de visibilidade onde seja possível compartilhar seus muitos mitos, histórias e diversidade de culto para que todos se lembrem ou tomem conhecimento de que a primeira religião da humanidade foi o culto à Deusa. 

Por diversos fatores históricos, os nomes e mitos da Deusa foram esquecidos e relegados à mera curiosidade folclórica no mundo ocidental. A força e os poderes desses nomes foram perdidos. Os antigos templos estão em ruínas, antigos cânticos e invocações não mais são recitados. Os muitos mitos divinos da Deusa foram deixados de lado e passaram a ocupar as lendas infantis, perdendo sua sacralidade, tornando-se meras histórias vistas apenas por um prisma psicológico ou como suposições sobre os antigos povos.


Hoje, por meio das muitas Tradições Pagãs e dos cultuadores contemporâneos da Grande Mãe, a Deusa está reentrando em nossa vida moderna e trazendo de volta toda a sua vitalidade, poder, conhecimento e cura.

Ela retorna por vários motivos. A Deusa chama por todos os que se sentem insatisfeitos; ela chama por todos os que tenham encontrado nas religiões ocidentais apenas instituições políticas centradas na figura dominante masculina; ela chama, também, por todos os que se sentem insatisfeitos com a religião patriarcal herdada de seus ancestrais que só têm contribuído para adoecer o mundo com seus valores distorcidos e corrompidos.

Hoje, numa sociedade desencontrada, prejudicada por séculos de patriarcado, heteronormatividade e machismo, a Deusa é considerada por alguns o único caminho para o reencontro com o Self, com o Eu mais interior, a única possibilidade para nos livrar de tantos anos de opressão que só trouxeram as diferenças, os preconceitos e as guerras. Esses séculos de opressão patriarcal foram determinantes para nossa sociedade ser o que é hoje, uma geração perdida.


Por isso, algo como o Projeto Dia Mundial da Deusa nunca foi tão necessário quanto na atualidade! 

O Dia Mundial da Deusa é celebrado sempre no primeiro domingo do mês de Setembro. A data foi escolhida por setembro ser o nono mês do ano e o nove ser um dos números mais sagrados da Deusa por excelência. Neste ano de 2017, esta importante data será comemorada no dia 03 DE SETEMBRO.

Em todo o mundo nesta dia, Pagãos estarão realizando suas atividades em grupo ou solitariamente.Você pode unir-se ao Projeto se cadastrando para tornar-se um coordenador local do Dia Mundial da Deusa e incluir um ritual ou evento oficial público na nossa grade de Programação clicando aqui

Conheça aqui algumas ideias de como celebrar esse dia e não deixe de participar do Projeto reunindo amigos e pessoas conhecidas, outros Pagãos e celebrando a ocasião para fazer coro a essa rede mundial de celebração à Grande Mãe da Vida.
O Projeto Dia Mundial da Deusa é mais uma iniciativa de Claudiney Prieto, autor do best-seller "Wicca- a Religião da Deusa". 

Abrace essa causa e ajude a reavivar a Era de Ouro da Deusa!"

O evento

Nosso encontro teve a seguinte grade:



Fotos do dia



 (Palestra O início do culto à Deusa, por Caio Dério)

  
 (Palestra O ressurgimento do culto à Deusa em 50, por Briádinnis Lys)


(Atentos à palestra)


(O círculo intergrupal)


(Encerramento com o grupo)

Esse foi um dia que ficará sempre na minha memória. Adorei conhecer a sacerdotisa Liadan e seu grupo. Espero que outros projetos possam acontecer em parceria (e já tem a ideia de um retiro solta no ar - ansiosa!). Em 2018 pretendo continuar realizando esse evento para São Gonçalo e Niterói. Assim, vou cumprir minha missão de vida de levar o caminho da Deusa e do Deus cada vez mais longe.

Bênçãos Brilhantes! 

Pink Wicca

Não... Não estou aqui para criticar os wiccanos, porque já tem muita gente fazendo isso. A intenção deste artigo é trazer uma reflexão. 


A intolerância religiosa está em grande destaque nas mídias atualmente. O que é lastimável. É de se indignar que a altura de 2017 ainda tenhamos que sair às ruas para pedir o direito de expressar nosso sagrado.

Por que a prática do outro é tão incômoda a ponto de te levar a querer destruí-la? A ponto de fazer o outro ter que destruir seus objetos sagrados, como o caso do Rio de Janeiro? Esse é um extremo, mas um ponto dessa intolerância está presente em cada coração que diz "sua prática é errada". E isso não acontece só de fora, vindo de outras religiões, acontece dentro. 

Já participo de comunidade pagãs online há alguns bons anos e o que enxergo é uma guerra de verdades que tenho até tristeza de ver. Dentro do nosso Paganismo temos que enfrentar lutas com nossos próprios irmãos da Arte, porque "essa não é a forma correta de ser bruxo, pagão, wiccano"... 

E, falando por mim agora, como wiccana, você já é mal visto na comunidade pagã, porque sua religião é "de adolescente", "apenas porta de entrada", "não é tradicional","você aprendeu na internet", "sua avó não te iniciou"... E daí surge o termo PINK WICCA, ou a wicca dos óculos cor-de-rosa, onde tudo é luz e fadas.

Só pelo fato de você se denominar praticante da Wicca, já é associado a bruxinha boa, bruxinha sem conhecimento, bruxinha de revista. Só pelo fato de se dizer de uma vertente religiosa que é o começo da maioria dos bruxos e pagãos. Porém, é esquecido que essa vertente exige muito estudo, muita prática e muita vivência com os Deuses, como qualquer outra.

E é um absurdo que tenhamos que enfrentar essa discórdia dentro da Arte. Ao invés de estarmos unidos lutando pelo nosso direito de expor livremente nossa crença. De poder andar com nossos pentáculos/pentagramas sem ter medo, de poder ritualizar em público e poder expressar quem nós somos.

Apontar para a prática alheia é muito cômodo. Criticar sem conhecer, sem saber quanto de dedicação e estudo um praticante possui é muito fácil. Agora, ser atuante no cenário pagão é difícil. Ajudar quem quer prosseguir no caminho é difícil. Usar o tempo que está criticando um caminho que não é seu para ajudar uma causa social é difícil.

Pink Wicca? Bruxinha de incensos? Olhe para o trabalho para a comunidade.Olhe quantos estão sendo ajudados com incentivo, palavras e ações. Olhe para as horas de estudo e prática. Olhe o serviço para os Deuses. 

E você,intolerante, o que está fazendo?

Quero entrar na sua tradição

Uma coisa que eu venho pensando há algum tempo é nessa necessidade do jovem pagão de encontrar seu coven certo. E nisso há muita afobação e muitas vezes um encantamento prematuro com a primeira Tradição que é encontrada pela frente.

Eu já passei por isso quando era solitária. Se era Tradição eu já estava buscando várias coisas na internet sobre ela e uma vez até quis viajar para outro estado a fim de ingressar em um coven que mal conhecia. Acontece...


Mas depois que encontrei meu grupo e fomos formando laços de amizade, percebi meu grande erro naquela época. Uma Tradição ou um Coven é uma família espiritual. Isso mesmo: família. E não dá para você entrar numa família que conheceu ontem ou mal conhece todos os membros.

Você não casa com a primeira pessoa que diz que gostou de você sem ter uma maior afinidade. Você não assina um contrato com um sócio que viu atrás de uma tela, duas ou três vezes. Então por que quando se trata de espiritualidade isso é deixado para lá?

As redes sociais enganam muito. Uma pessoa pode fazer parecer que tem o melhor grupo do mundo e no fim serem apenas oportunistas tentando conseguir mais pessoas para serem exploradas.

Não quero assustar você com esse texto, mas sim gerar uma maior compreensão sobre o que é um Círculo, Coven ou Tradição, que são etapas de um grupo espiritual. No fim, não basta simpatizar com uma ou duas pessoas do grupo, é preciso conhecer e conhecer bem aquelas pessoas antes de realmente entrar para aquela família espiritual. 

O mesmo acontece quando alguém de fora quer entrar em um clã já estabelecido. Uma única pessoa com energia em discordância pode afetar todo o trabalho de uma reunião. Não só a nível energético, mas também a nível pessoal. Alguém mal intencionado pode gerar brigas e desavenças entre os demais participantes. 

Então, quando pedir para entrar em algum grupo, não fique triste se for solicitado que passe por algumas etapas antes, como encontros públicos ou confraternizações. Isso é uma medida de segurança para avaliar seu comprometimento e a harmonia entre você e os outros integrantes.

Da mesma forma, não se apresse para já se iniciar em algum coven. Conheça bem os sacerdotes responsáveis e avalie suas condutas não só no meio mágico, mas também como pessoa. Alguém pode ser um ótimo magista e um charlatão. Todo cuidado é pouco.

No fim, tudo que queremos é uma família unida, onde almas amigas se encontram, seja dessa ou de outras existência. Sempre visando o autoconhecimento e o crescimento de cada um do seu novo grupo. E, sobre tudo, buscando espalhar o amor aos Deuses para mais e mais pessoas que ouviram o Seu chamado.  

Resenha - Lua das Fadas

E na minha viagem para conhecer melhor a Eddie Van Feu, me veio uma vontade enorme de ler o livro "Lua das Fadas". Ele conta a história de Bianca, uma humana comum e muito curiosa, que vai até o reino das fadas para resgatar sua amiga desaparecida sem nenhum explicação. Nessa aventura ela conta com a ajuda do anjo Zacariel e acaba conhecendo lugares e seres incríveis!


Sinopse


Depois que a melhor amiga, Analice, desaparece misteriosamente, Bianca recebe estranhas pistas de que ela possa estar no Mundo das Fadas. Buscando ajuda do anjo encarregado do reino dos elementais do Ar, Rafael, Bianca acaba conseguindo como guia o anjo Zacariel, que não parece muito confortável nesta missão. Antes de tudo, eles precisam conseguir o Elixir de Tir Nan Nog com a Rainha Paralda, sem o qual Bianca virará pó quando (e se) voltar para seu próprio mundo. Em seu caminho, eles encontram fadas, ninfas, sereias, sátiros, elfos e cidades de humanos desaparecidos, sempre tentando evitar a temida Corte Unseelil, o terror do Reino das Fadas. Mesmo discutindo quase o tempo todo, Bianca e Zacariel precisam unir suas forças para sobreviver e encontrar Analice, enquanto tentam compreender seus próprios sentimentos e descobrir quem afinal está guiando quem e pra onde.


Livro: Lua das Fadas
Autora: Eddie Van Feu
Número de páginas: 270
Formato: 17 x 23cm
Ilustrações: Carolina Mylius
Site oficial: http://luadasfadasolivro.blogspot.com/


Minha visão


Eu me apaixonei pelo livro nas primeiras páginas. Não consegui ler muito por dia, por conta do trabalho, mas li tudo em 3 dias! Só tive esse recorde de leitura na minha adolescência. Amei cada detalhe do livro.Ri, fiquei aborrecida, triste, encantada... Enfim, é definitivamente o tipo de literatura que me fascina.

E uma coisa legal é que o livro trata de temas que são comuns ao nosso mundo, que dificilmente encontramos em outros livros, como: Wicca, elementais, magia e outros planos. Mais um destaque é que parte do enredo é ambientalizado no Brasil e fala de lugares como a Floresta da Tijuca, aqui no Rio. 

Adorei a abordagem da autora que soube trazer uma história com temas fortes como a amizade de Bianca e Analice, amor, famílias desestruturadas, inveja e o sobrenatural através de uma linguagem leve e divertida.

Recomendo o livro com certeza, que já entrou na minha lista de favoritos e confesso que estou com muita vontade de reler, só para viver mais uma vez aquela história fantástica.

Book Trailer do livro







Bênçãos Brilhantes!

Mitologia - Ganesha, Shiva e Parvati

Ganesha pertence à família de deuses mais popular do Hinduísmo. Ele é o filho mais velho de Parvati e Shiva. Parvati é filha dos deuses Himalayas, aquela cadeia de montanhas nevadas, que cobre o norte da Índia. Ela é uma deusa muito graciosa e linda, mãe bondosa e esposa devota. Shiva - bem, até mesmo seus amigos mais íntimos admitem, que ele não é um pai ou marido ideal. Shiva ama sua família de todo coração, mas a sua maneira. O que acontece é que ele não agüenta ficar em casa o tempo todo. Tem alma de aventureiro, gosta de viajar, mas a sua paixão é a meditação e o Yoga. Tanto, que quando absorto meditando, nem um terremoto o perturba.



Shiva e Parvati casados, viviam muito felizes num bangalô no Monte Kailasa nos Himalayas, longe da civilização. Depois de algum tempo, Parvati percebeu que seu marido estava inquieto, ele abria a janela e olhava suspirando os altos picos das montanhas, e ela via nos seus olhos a sombra de um sonho. Ela o amava profundamente, e compreendeu o desejo que o consumia.
Um dia ela disse a Shiva:

- Por que você não viaja por uns tempos? Eu sei que você levava uma vida diferente, antes de nos casarmos. Você meditava, dançava, deve estar sentindo falta de tudo isso agora.

- Não minha querida - assegurou-lhe o marido. - Os velhos tempos acabaram, não sinto falta deles mais.

- E a sua meditação? - ela perguntou. Ela era a sua principal ocupação. - Você é o maior yogui dentre todos os deuses.

Shiva sabia que ela estava certa. Ele desejava mesmo se absorver de novo, pela prática da meditação, e tinha saudades das grutas favoritas das montanhas, onde se sentava para meditar. E depois foi o poder do Yoga, que o transformou num deus tão poderoso. Mas ele ainda hesitou.

- Mas você não vai se sentir sozinha, se eu for?

Parvati lhe assegurou que ficaria bem. Até porque, queria reformar o bangalô, transformar num lugar confortável e bonito onde uma família pudesse morar, um lar de verdade.

Feliz, Shiva colocou sua pele de tigre na cintura, enrolou suas cobras favoritas no pescoço e braços, chamou Nandi, sua vaca, e dando um aceno de despedida partiu montado nela.

- Não me demorarei. - ele disse a Parvati

Só que Shiva é o mais esquecido dos deuses. Quando medita é impossível despertá-lo. Acima do sagrado rio Ganges, Shiva se sentou e começou a meditar. Passaram-se muitos anos, que equivaliam a milhares de anos terrestres, uma vez que o tempo é diferente para os homens e deuses.

Quando finalmente, Shiva levantou da posição de lótus, lembrou-se da esposa que o esperava pacientemente, no Monte Kailasa, e correu de volta para casa.
Neste tempo que Shiva esteve ausente, Parvati fez um lindo jardim em volta do bangalô, costurara cortinas para as janelas e almofadas para o chão, pintara as paredes e as portas. E nem ficou sozinha por muito tempo. Shiva não sabia que tinha deixado sua esposa grávida. Parvati teve um lindo menino, que a manteve bastante ocupada, lhe deu o nome de Ganesha. 

Anos se passaram e o deus bebê cresceu e transformou-se num rapaz inteligente e sério, muito apegado a mãe, e que adorava ajudá-la.

Numa manhã de primavera, Parvati estava tomando banho, enquanto seu filho se mantinha perto do portão do jardim. Um homem alto, com longos cabelos presos, um monte de cobras e uma pele de tigre enrolada no corpo se aproximava do portão, e atrás dele uma vaca. Shiva tinha voltado para casa sem se preocupar com sua aparência selvagem.

Shiva parou... - será que esta linda casa era mesmo a sua? E quem seria aquele garoto bonito no portão?

- Deixe-me entrar menino!

- Não, - respondeu Ganesha, franzindo as sobrancelhas para o vagabundo que queria entrar.

- Você não pode entrar! Ganesha se posicionou na porta de espada em punho.
Naquele momento, Shiva estava furioso, seu terceiro olho, do poder, apareceu no meio da sua testa, brilhando como fogo. Em segundos o corpo do menino estava no chão sem cabeça.

Ouvindo vozes Parvati se apressou, horrorizada viu seu filho sem cabeça e o marido que há tanto tempo não via. Chorou amargamente. Exclamou:

- O que você fez?! Este é Ganesha seu filho!

Shiva desculpou-se a Parvati, porém não podia voltar atrás, o que esta feito, esta feito. Mas prometeu a sua esposa que o primeiro ser que visse “dormindo errado” (considerava que aquele que dormia com a cabeça voltada para o sul, estava errado, pois o certo seria dormir com a cabeça voltada para o norte) ele cortaria a cabeça e a colocaria em seu filho.

Então Shiva percorreu milhas e milhas, e encontrou um filhote de elefante dormindo “errado”. Shiva cortou-lhe a cabeça e ao retornar encaixou-a entre os ombros de Ganesha. Inconformada Parvati foi pedir ajuda a outros deuses.

Brahma e Vishnu que são autoridades no Hinduísmo tanto quanto Shiva, ao ver o pobre e esquisito menino com cabeça de elefante, disseram a Parvati que nada poderiam fazer quanto a cabeça de Ganesha, pois não poderiam passar por cima de uma decisão de Shiva, mas poderiam dar à Ganesha poderes, para que ele se transformasse num deus muito querido por todos ou hindus. Ganesha seria sempre reverenciado antes de todas as cerimônias religiosas, seria também aquele que destrói os obstáculos, aquele que trás fortuna...

Parvati sentiu-se aliviada, agradeceu aos deuses, e se foi.

E assim se fez. Hoje na Índia Ganesha é o deus mais adorado, sua imagem é encontrada no painel de todos transportes, na entrada das lojas comerciais, e é realmente lembrado com carinho e devoção em todas as cerimônias religiosas, dando proteção e apoio àqueles que são seus devotos. 

Ele é o Deus do conhecimento, sabedoria  e removedor de obstáculos. Ele é venerado ou pelo menos lembrado no inicio de qualquer missão ou novo projeto para bênçãos e patrocínio.  

Ele tem quatro mãos, a cabeça de um elefante e uma barriga bem grande. Seu veiculo é um pequeno rato. Em uma de suas mãos ele carrega uma corda (para carregar os devotos da verdade), uma machadinha em outra (para libertar seus devotos de apegos e vícios), tem um doce em uma das mãos (para gratificar os seus devotos por suas atividades espirituais), suas quatro mãos estão sempre estendidas para abençoar as pessoas.  A combinação de sua cabeça de elefante e um veiculo de pequeno e ligeiro ratinho representa tremenda sabedoria, inteligência, presença de espírito e agilidade mental. 

Baseado no livro: Ganesh - O Grande Deus Hindu - Madras Editora Ltda.
Fonte: http://www.grandefraternidadebranca.com.br/ganesha.htm


Bênçãos Brilhantes! 

Eu fui - Tenda Cigana

Essa nova sessão chamada "eu fui", será voltada para relatar os lugares e grupos espirituais que eu for conhecendo e achar que valeram a pena. Pretendo comentar sobre eventos e vivências com vocês, até para indicar locais bons para que conheçam.

Sábado 22/07, eu fui a uma tenda cigana pela primeira vez. E eu amei cada segundo. Foi uma experiência nova e maravilhosa conversar com o povo do Oriente e ver a leveza, alegria e beleza dos seus rituais.

A sessão começou com um passe energético, que seria uma bênção concedida pelos ciganos. Depois disso, alguns médiuns subiram para atendimento de baralho e outros ficaram no salão dançando e circulando. 

Tudo era novidade para mim e fui sozinha, mas não me senti sozinha em nenhum momento. Durante a espera um cigano que estava com o baralho me convidou a tirar 3 cartas. Elas foram: A âncora, a estrela e a chave. Tiragens maravilhosas! A leitura também foi ótima. Fiquei feliz.

Após um tempo, outro cigano me chamou para conversar. Reconheci pelas vestes que era Pietro, um dos mentores principais da casa. Conversamos em espanhol e foi uma conversa muito gostosa e leve. Pude perceber que era um espírito iluminado e muito sábio.

Me inscrevi para a leitura do Lenormand paga, até porque era um valor simbólico e eu queria ter essa experiência. E até nisso vi como a espiritualidade é incrível. Um pouco mais cedo encontrei um amigo e paguei a ele um valor, o troco foi exatamente a energia de troca para a leitura do baralho.

Enquanto esperava minha vez,aproveitei para tirar umas fotos e fazer um lanche e então fui chamada. A moça que leu para mim não estava incorporada e foi bom para eu ver outra forma também. Ela me esclareceu algumas dúvidas e me deu uns alertas. Também me falou de bênçãos que estavam no meu caminho.

Então, eu ia embora, mas uma médium assistente me disse que ainda teria fogueira  e para eu esperar. Fiquei mais um pouco. O que foi bom, porque outra cigana parou para conversar comigo. Ela disse que era a primeira vez que falava e eu fiquei extremamente feliz por ter essa honra. Foi a cigana Rosita. Energia muito gostosa e alegre.

Fiz algumas amizades lá também. E chegou o momento da fogueira. Deuses, que momento lindo. Todos os ciganos dançando em volta daquele fogo mágico e pedindo para que ele levasse todas as energias prejudiciais e que trouxesse nosso desejo. Amei!

E, para finalizar de maneira mágica, a cigana que desconfiava ser minha mentora veio falar comigo. Nisso ela confirmou que está me mentorando espiritualmente, sem eu nem perguntar e me deu alguns conselhos. 

Foi uma noite de muita magia e amor. Quem venham outras e Opchá!


Se quiser conhecer é a Tsara Hernandez, no Pita, São Gonçalo - RJ. Link para página AQUI


Bênçãos Brilhantes!

O que faz uma sacerdotisa?

Muitos neófitos chegam à Wicca ávidos pelo momento da iniciação. Alguns nem ao menos consideram o tempo mínimo de estudos de treze lunações e já querem partir para o momento tão esperado. Mas, o que é ser um iniciado de verdade?

Ser um iniciado ou uma iniciada significa ser um sacerdote/isa dos Deuses. E a função de um sacerdote/isa é manter a egrégora de seus Deuses viva, sendo um instrumento do Grande Pai e da Grande mãe, usando seu corpo, atos e palavras como manifestações dos Deuses na Terra.

É comum o praticante pensar na iniciação como um título que vai conferir a ele "mais poderes", e sim, quando você se inicia, seus dons são intensificados, principalmente porque você passou um ano e um dia praticando suas habilidades mágicas, se autoconhecendo e ampliando a conexão com as Divindades.Por isso não faz sentido queimar etapas.

Mas, como dizia Tio Ben, "com grandes poderes vêm grandes responsabilidades" e ser um sacerdote/isa dos Antigos significa basicamente trabalho. Hermes uma vez brincou com isso e disse para mim que seria como se você assinasse sua carteira trabalhista e de ali em diante ia ser um funcionário da empresa dos Deuses.  

Mas, afinal, o que faz uma sacerdotisa? 

No meu caso eu busco basicamente três coisas: alimentar a egrégora dos Deuses e mentores que trabalho, Praticar a liturgia Wiccana e Ensinar outros adeptos, principalmente futuros sacerdotes.

Para alimentar a egrégora dos Deuses, tenho um dia fixo que dedico para oferendas, que podem ser um incenso, uma vela, uma dança ou uma canção. O que estiver de acordo com a minha intuição naquele momento.

Para praticar a liturgia Wiccana eu celebro todos os 21 festivais pagãos, que são os 8 Sabbats da Roda do Ano e pelo menos 13 Esbats, focando nos de Lua Cheia. Também faço orações toda noite no meu altar e quando mais sentir necessidade de me conectar com a Deusa e com o Deus. 

Já o trabalho de ensino não é obrigatório para todo sacerdote/isa, apenas se você quiser ser Iniciador/a e guiar outras pessoas no caminho da Deusa. Para isso você precisa ter um chamado interior e uma grande vontade de se doar para ajudar quem está começando. Mas deixar de ser um ou uma iniciador/a não significa "menos poder", quer dizer apenas que você escolheu outra forma para servir aos Deuses.

Eu divido o papel de educadora em quatro partes : sacerdócio no Grupo Ancestrais da Terra, os artigos aqui do blog, o treinamento online em bruxaria natural e os cursos da Escola Lys

Então eu estou o tempo todo colocando o que aprendi em prática e passando para frente meus conhecimentos teóricos. Sacerdócio é serviço e a cada grau fica mais trabalhoso. Ser uma sacerdotisa demanda tempo, esforço e boa vontade, mais que um título é um contrato com os Deuses de que você seja um instrumento para Eles. 

Então, antes de pedir iniciação, pense: "o que posso fazer para ajudar mais pessoas a descobrirem sua verdade no caminho do Paganismo?", "como posso propagar a Arte preservada pelos meus ancestrais?" e, por fim, e MAIS importante, "como posso ajudar a manter o nome da Deusa e do Deus vivos?"

Resumindo, uma sacerdotisa trabalha em tempo integral e não tira férias, mas em compensação vive com o coração cheio de amor e felicidade por estar exercendo exatamente aquilo que faz a sua alma cantar todos os dias.



Bênçãos Brilhantes!

Qual a melhor roupa ritualística?

Hoje eu estava muito animada pesquisando sobre Wicca, como sempre. Porém, dessa vez entrei em uma neura de qual seria a melhor roupa ritualística  para usar em grupo, vestido, túnica, capa, tudo junto. Passei a tarde nessa mini aventura internética e... Não cheguei a nenhuma conclusão. 

Com isso, depois de algumas horas, fui fazer a coisa mais lógica: meditar sobre a resposta. E essa resposta não poderia ser mais surpreendente. Entendi que, por fim, a roupa mais adequada era aquela que eu já vim usando quando nasci. O meu próprio corpo já era sagrado o suficiente e eu não precisaria de enfeites para ser mais ou menos pagã. 

Na meditação entendi que estava focando muito no que estava fora, na aparência e que o mais importante era o pé descalço tocando a grama verde ou o chão macio. A joia ritualística mais poderosa é a flor colhida no campo e o templo mais rico é a sombra de uma grande árvore.  

Chegando a essas respostas percebi o quanto estava sendo boba por querer gastar rios de dinheiro com objetos apenas decorativos. Claro que a roupa ritualística também tem a ver com a construção do eu mágico e ajuda na concentração para o ritual, afinal, todas as religares têm seus trajes, como o branco para as religiões de matriz afro, a túnica para o padre e, por que não dizer, o terno para os evangélicos. 

O problema não foi eu buscar me alinhar com meu eu mágico e sim deixar que aquela procura me afastasse da origem do Paganismo: a natureza. O coven de Gardner, que originou a Wicca como conhecemos, praticava com as vestes da lua. Eles lá atrás entendiam o que acabou sendo perdido na Wicca de hoje: a proximidade com o natural e com a Mãe Natureza, que é a nossa Deusa.

Depois de receber esse puxão de orelha, fiquei mais relaxada e pude focar em coisas mais construtivas, como a conexão com meu ciclos e com meus padrinhos de roda: Lakshmi e Ganesha. 

Então, de agora em diante sempre que tiver que comprar algo para usar nos meus rituais vou pensar: isso me afasta ou me aproxima da Natureza? E vou ouvir a resposta dentro do meu coração. Porque, por fim, a minha grande descoberta é que não precisamos de coisas caras e sim do amor verdadeiro e devoção sincera à grande Mãe Terra. 


Bênçãos Brilhantes!

A pequena Briádinnis

Antes mesmo de eu me reconhecer com o nome de Briádinnis, eu já tinha um certo fascínio pela magia. Na aba de "sobre" aqui do blog, que conto um pouco do que fiz e ando fazendo pelas sendas pagãs, disse que o meu chamado para a Wicca começou com a revistinha Almanaque Wicca de 2007. Mas outro dia estava relembrando e percebi que começou bem antes. 

Minha madrinha adorava falara sobre signos para mim e eu amava aquilo, ficava perguntando para ela a combinação das minhas paqueras de escola. Quando era bem novinha brincava de "chamar o vento", e ele vinha. Minha mãe me repreendia porque eu ia "acabar chamando um furacão"! Mães e suas teorias. Mas aquela era minha brincadeira. Eu até recitava um poema de um livro infantil "vem vento em movimento..." ou algo assim. Minha primeira magia. 

Por essa época também eu passava por alguns bares e havia cartas de baralho jogadas no chão, eu morria de vontade de pegá-las para brincar, mas, claro, não deixavam. Então eu me contentava em brincar com o baralho do meu padrinho, montando castelos, vendo as figuras. Algo me atraía, mas não sabia bem o que.

A primeira experiência com a Deusa, foi com Afrodite. Eu brincava com algumas primas e por algum motivo elas, evangélicas, me deram a missão de montar uma poção para Afrodite. Naquela época eu a conhecia do desenho Hércules e só. Pois bem, tinha que colocar mamão e outras coisas estranhas. Pedi para minha mãe fazer. Lembro dela comentando com meu irmão mais velho "isso é da idade, não é?". E apesar de um lado mais racional falar para mim que era, outro mais antigo e profundo falava que aquilo tinha uma razão. Minha primeira poção do amor! 

Então um pouco antes de aparecer o Almanaque Wicca, que foi o marco da entrada do paganismo na minha vida, eu colecionava uma revistinha chamada "Smack". Nela falava de um desenho com o nome de (adivinhem!) W.I.T.C.H e eu ficava encantada por aquelas jovens poderosas, as minhas favoritas eram a ruivinha líder e a Cornélia, a loira. Dessa mesma revista eu recortei o desenho de uma bruxinha adolescente, com um vidro de poção na mão e andei com aquela imagem no meu caderno o ano todo. A Deusa me chamou em vários momentos da minha vida, mas eu não sabia escutá-la. 

Quando eu descobri a Wicca foi como se tudo que eu acreditava e sentia no mais íntimo da minha alma estivesse reunido em um só lugar. Eu não precisei ser convertida, aquela simplesmente era minha verdade. E como diz a famosa frase (que minha antiga mentora não gosta): "Uma vez bruxa,sempre bruxa". E eu entendo dessa máxima que uma vez que você conhece a verdade, e se descobre, não consegue mais acreditar na mentira e nem fugir de quem você é.



Bênçãos Brilhantes!

Por que fazemos rituais?

Você já deve ter se perguntado qual a finalidade de juntar tantos objetos, cores, símbolos, roupas e acessórios para fazer uma única magia,não é? Além da explicação metafísica de gerar energia para o nosso desejo, o ato de ritualizar também é explicado pela psicologia. 

Segundo estudos psicológicos, nós possuímos duas partes mentais: a mente consciente e a mente inconsciente. A mente consciente é chamada de Self Discursivo e a mente inconsciente, por sua vez, recebe o nome de Self Mais Jovem.

O Self Discursivo é responsável por toda forma verbal (daí seu nome, "aquele que forma o discurso"), por associar regras e organizar todas as informações capturadas pelos Self Mais Jovem. Ele funciona através de: regras, números e síntese de informações.

O Self Mais Jovem, seria como uma criança de três anos. Ele funciona capturando sons, sensações, cores, símbolos e imagens. Ele é totalmente sensitivo e instintivo e entende bem das informações que pode capturar com os cinco sentidos.

Já deu para perceber que a comunicação entre esses dois não é das melhores! É como se um falasse mandarim e o outro alemão. Uma confusão só.

Para a Bruxaria, ainda existe um terceiro self, chamado de self profundo ou self deus. Essa é a parte que chamamos de espírito, alma, aquele que observa (segundo o Budismo) ou aquele que ouve (Segundo a Cabala). Essa parte é a fagulha divina em nós e é através dela que acessamos nosso poder de transformar a realidade.

O Self Profundo só consegue ser acessado por intermédio do Self Mais Jovem (a criança de três anos). Ele não entende de cálculos ou regras religiosas, e sim de símbolos, música, sensações e coisas que alegrem os sentidos.

Então, para fazer essa ponte entre o Self Mais Jovem, explicado pela psicologia, e o Self Profundo, parte divina em nós,segundo a Bruxaria, precisamos fazer uso da linguagem conhecida pelo Self Mais Jovem, como se precisássemos seduzi-lo e levá-lo para sair. 

Por isso fazemos uso de toda uma estrutura simbólica durante nossos rituais, a fim de que o Self Mais Jovem consiga capturar nossas sensações e emoções, passando o nosso desejo para ser concretizado pelo Self Deus. 

Saber disso não invalida a explicação mágica, que é o mover energético, mas dá para você uma ferramenta científica, baseada na psicologia, para explicar e entender melhor sua forma de praticar magia.

Referências:

• DANIELS, Estelle e TUITÉAN, Paul. Wicca Essencial. Ed. Pensamento. 2011.
• CABOT, Laurie. O poder da bruxa. Ed. Carnpu. 1989.
• STARHAWK. A dança cósmica das feiticeiras. Ed. Nova Era. 1979.
• http://alemdofisico.blogspot.com.br/2011/05/os-tres-selves-constituintes-do-ser.html




Bênçãos Brilhantes! 

Bailar Divino

Grande Deusa, Senhora de mil nomes,
Em tudo posso te achar, eu sei.
Mas olhei e olhei para fora
Mas somente dentro de mim te encontrei.
Grande Deus, Senhor dos Bosques e do Mundo Além,
Se não for você que dançar a vida,
Então não dançará ninguém.
E como mais poderia chamá-los
A não ser mãe e pai.
Se sem sua bênção
Nenhuma flor nasce
E nenhuma folha cai.
No dia de hoje, vamos romper o véu da ilusão.
O véu do medo e da separação,
Pois nós todos somos um só coração.
E é essa a batida
Que rege o pulsar da vida.
Em seu eterno bailar,
Brincando sem fim,
Encontro o que faz minha alma cantar,
Que é sentir vocês aqui em de mim.


Bênçãos Brilhates!

A dança com as Sombras

É curioso ver os novos adeptos chegando a Wicca ansiando pelo momento da iniciação. Como se aquele ritual fosse lhes dar a incrível capacidade de serem,então, reconhecidos e respeitados. Como se o único desafio que deveriam enfrentar seria o estudo e prática durante 13 lunações (ou um ano e um dia).E, chegado aquele grande dia, tudo seria festa, confete e vinho do porto.

Mas aquele dia mágico é apenas o começo de tudo, nunca um fim em si mesmo. Lembro bem do meu rito de iniciação, num dia por impulso cheguei e me apresentei para os Deuses e para as direções como bruxa. E assim foi.

Isso tem quase uma década.   

E posso dizer que o que recebi foi, sim, muita alegria e festa, mas também muita responsabilidade e muitos desafios, que são as curas que preciso operar em mim mesma. Hoje eu tenho a maturidade para reconhecer quais são as minhas sombras e dizer a elas "sejam bem-vindas" e nisso começar uma dança entre minha luz e minhas trevas em busca do equilíbrio. Sempre o equilíbrio.

Nossa religião não busca a morte do ego, nem a iluminação. Nossa religião busca a integração dos lados que mais gostamos com aqueles que queremos esconder e nisso nos tornarmos cada vez mais fortes. 

Mais uma vez eu dancei com minhas sombras. Vi um padrão que estava se repetindo e me deixei levar um tempo por ele. Eu o reconheci como um velho amigo e sabia o que ele buscava de mim. É como se eu voltasse naquele dia de epifania e esse velho amigo olhasse nos meus olhos e dissesse: "Você acredita na Deusa?". E a minha única resposta possível era: "Sim. Eu acredito".

Ser sacerdotisa é um serviço diário, é devotar nossa vida em honra dEla. Nem sempre vamos estar com vontade de celebrar o calendário pagão, nem sempre vamos estar com vontade de ouvir as histórias fantásticas de alguns iniciantes, nem sempre vamos estar com vontade de meditar. Nem sempre. 

Mas quando nos rendemos ao amor dos Deuses, recebemos muito mais do que poderíamos imaginar. E viver os nossos desafios se torna leve, pois sabemos que Ela está segurando nossa mão, mesmo que esteja em completo silêncio.

Então vamos dançar com nossas feras e dizer a cada luta, a cada cansaço, a cada tristeza e a cada dia: "Sim. Eu acredito na Deusa". 


Bênçãos Brilhantes! 

E quem motiva os sacerdotes?

Um novo amigo, que nada tem a ver com o mundo pagão, me disse algo que fez todo o sentido: E quem motiva os líderes? 

Todo sacerdote é um líder. Mesmo se decidir ser sacerdote apenas para si mesmo, ainda assim ele lidera sua própria vida espiritual. E essa liderança pesa ainda mais quando decidimos voltar nosso trabalho para a comunidade.

Somos responsáveis por montar os ritos, decidir como vamos guiar cada encontro, decidir quando o aprendiz está pronto para o próximo exercício, quando o dedicante está pronto para se iniciar etc. Estar a frente de um grupo requer muito controle emocional e muita fé. Sim, porque sem esse amor forte pelos Deuses não conseguiríamos levar esse trabalho, esse "sacro ofício", a diante.

Mas e quem motiva os sacerdotes? 

Já passei por algumas crises de fé e, sendo solitária, nunca tive um mentor para segurar na minha mão e dizer que tudo iria passar. Tive que passar por esses períodos de sombra sozinha e sair deles sozinha também. O que é muito desgastante. Claro que temos os nossos Deuses para alimentar nossa vontade de continuar no caminho, mas um dos sintomas da crise de fé é justamente se sentir afastado deles.

Hoje em dia sei que posso contar com meus amigos do Grupo de Estudos, que posso, sim, mostrar minha fragilidade e isso não vai me tornar menos sacerdotisa. Todos nós passamos por momentos difíceis e precisamos contar com o apoio de quem vai entender aquele nosso momento.

O grande desafio de quem guia algo, seja um projeto, seja uma sala de aula, seja um grupo de estudos, o grande desafio é não se deixar desanimar especialmente perante resultados negativos. Então, se você está se sentindo afastado do seu caminho espiritual, procure um amigo,procure um líder espiritual, você pode também me mandar um e-mail (briadinnislys@hotmail.com), mas não se deixe desviar do caminho.

Tive que passar por muitas idas e voltas até perceber que nada faz sentido sem a Deusa e é na Wicca que encontro aquela fé que aquece meu coração. Sair do caminho da Deusa é simplesmente negar uma parte essencial de mim, é retirar o meu coração. 

Sejamos fortes, sejamos corajosos para seguir nesse sacro ofício de honrar aos Deuses, de servir à Deusa e ser sua voz para todos aqueles que querem ouvi-la.


Bênçãos Brilhantes!